segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Capítulo 2

COMENTEM!

-Fiz uma prova horrível! –reclamei, jogando-me no banco ao lado dos meus amigos.

-Mas você estava sabendo tudo.

-Que saco! Logo Biologia... Mas tudo bem, eu recupero na próxima prova. Vamos embora?

-Vamos. –confirmaram os dois se levantando.

Ao deixar o pátio e sair pelo portão da escola, avistei um lindo garoto alto, com um corpo atlético. Ele tinha o cabelo preto arrepiado, os olhos amarelados, com o rosto meio quadrado e a pele bem clara. Levantei uma das sobrancelhas, me aproximei e ao perceber minha presença, abriu um sorriso imenso, mostrando seus dentes perfeitamente alinhados e alvos. Eu sorri também e corri ao seu encontro, pulando em cima dele e abraçando-o o mais forte que conseguia.

-Lia, que saudades de você, irmãzinha. –falou Vinícius, sorrindo.

-Vinícius, que saudades! Como você tá lindo! Deixa eu te apresentar pro Mateus e pra Drica? –pedi, com lágrima nos olhos.

Eles haviam se aproximado, quando eu saí correndo. Eu os apresentei ao meu irmão com o maior orgulho. Como era bom tê-lo comigo depois de quatro anos! Eu e ele sempre fomos muito apegados quando éramos crianças, mas ele saiu de casa quando tinha quinze e foi morar com uma das irmãs da minha mãe que estava se mudando pra Santa Catarina. Depois disso, nós nos encontramos poucas vezes.

Voltamos pra casa juntos, conversando e quando chegamos, nossa mãe estava fazendo um macarrão, tinha um bolo grande de chocolate em cima da mesa e vários balões espalhados pelo apartamento. Dei um risinho ao entrar em casa e observá-la cantarolando. Eu nunca a tinha visto tão feliz. Sentamos à mesa e ela agradeceu por Vinícius ter voltado. Ele também estava feliz, não parava de sorrir nem por um segundo.

-Diz pra mim que isso não é um sonho! –exclamou minha mãe, com lágrima nos olhos.

-Não é, mãe. –afirmou, sem parar de sorrir.

Enquanto eu ajudava meu irmão a desfazer as malas, ele se sentou na cama e me olhou triste.

-O que aconteceu?

-Eu fui irresponsável. Não podia ter deixado você sozinha com a mamãe quando nosso pai nos abandonou. Eu fiz a mesma coisa que ele e vocês precisaram de mim.

-Olha, eu também acho que nós precisamos de você, mas não há mais nada a se fazer agora. Ela se recuperou, você está entrando na faculdade. Não poderia estar melhor. –falei sorrindo.

-Desculpe-me. Eu era criança, estava com raiva. Só consegui entender a situação depois. –explicou com lágrimas nos olhos.

-Tudo bem... Mas me conta da Luiza.

-Terminei. Ela tinha um ciúme doentio e quando soube que eu vinha morar aqui, falou que não ia aceitar. Aí eu falei que não dava mais. Acho que nunca a amei... Mas e você? –perguntou curioso.

-Eu? Eu tenho que ir... Depois nós conversamos.

-Até mais tarde então.

Peguei o casaco do Lucas, coloquei na mochila e fui até o prédio da Drica. Passei na casa dela e devolvi a roupa que tinha me emprestado ontem e fiquei um tempo conversando. Eu estava parecendo uma entregadora de roupas. Quando estava saindo, ela se lembrou de me entregar o cordão que eu havia deixado lá. Joguei na bolsa junto ao casaco, entrei no elevador e apertei o seis.

No corredor havia três apartamentos. Toquei no primeiro e perguntei se era a casa do Lucas. Uma meiga senhora me disse que ele morava ao lado dela. Agradeci e toquei a campainha. Uma mulher negra e bem alta atendeu a porta.

-Olá, o Lucas está? Eu sou uma colega da escola...

-Sim, ele está no quarto. Pode entrar. É a última porta à esquerda. –indicou sorrindo.

-Obrigada. –falei, olhando ao meu redor.

A casa era linda, tudo estava em seu devido lugar. Os quadros eram perfeitos. Ouvi um cachorro latindo e vindo para perto de mim. Era um Cocker Spaniel caramelo e de olhos azuis. Ele ficou tentando pular em cima de mim, enquanto andava pelo corredor. Bati na porta e o ouvi pedindo para entrar.

-Oi! –exclamou ele, deixando o controle do videogame cair no chão.

-Eu vim entregar o casaco, desculpa não ter avisado antes... –comecei.

-Ah não faz mal. Tá com sede? –perguntou levantando.

-Não, não. Obrigada.

-Sente aí, eu vou pegar alguma coisa pra você beber. –avisou, ignorando completamente o meu “não, não, obrigada”.

Ele voltou com um copo de Coca-Cola e entregou para mim. Eu dei um gole e o coloquei em cima da mesa do computador. Abri a mochila e tirei o casaco, deixando meu cordão cair no chão. Ele se abaixou pra pegar e eu fiz o mesmo. Quando se levantou, bateu com a cabeça no meu nariz.

-Oh, meu Deus! –gritou o garoto assustado.

-Tudo bem. Não foi nada. –disse, massageando o nariz.

-Eu vou pegar gelo.

-Não precisa, eu tô bem. –sorri.

-Desculpe. –pediu. –Posso colocar o cordão? –eu virei de costas para ele e segurei o rabo de cavalo para ele encaixar o fecho.

-Sabe jogar? É de luta. –perguntou, apontando para o jogo.

-Acho que posso vencer uma vez. –falei, segurando o controle.

Ele iniciou o jogo e comecei a apertar qualquer botão. Um minuto depois, o meu jogador estava todo ensangüentado, caído no chão com estrelinhas serpenteando sua cabeça.

-Você tem que apertar esses dois botões aqui detrás. –e colocou meus dois dedos indicadores sobre o botão. –Aperte o xis com o polegar direito e o polegar esquerdo na setinha para a direita. -prosseguiu. –No círculo, você chuta; no triângulo, você pula e no xis você soca. Entendeu?

Joguei mais umas seis vezes com ele e, na última vez, meu jogador golpeou o dele tantas vezes que foi a nocaute.

-Nada como um bom professor... –vangloriou-se.

-Eu sou boa, admita! –falei, rindo. –Acho melhor eu ir.

Ele sorriu e me acompanhou até à porta.

-Tá ficando escuro, quer que eu te leve em casa?

-Não precisa, eu moro aqui perto.

-Vou pegar meu casaco. –novamente me ignorando.

Ele pegou o casaco, vestiu e chamou o elevador. Fiquei o tempo todo admirando minhas botas. Enquanto íamos caminhando, resolvi perguntar o que estava me incomodando.

-Por que você tem sido legal comigo? –ele parou e fiz o mesmo, olhando em seus olhos.

-Eu não a conhecia, eu tô vendo que você não é nada do que eu pensava.

-E o que você pensava? -perguntei, mesmo já sabendo a resposta.

-Que você era fria, grossa e não gostava de ninguém... –descreveu, com um pouco de vergonha.

-É o que a maioria pensa. –falei, dando os ombros e voltando a andar.

-Mas você é totalmente o contrário. –falou, sorrindo.

Seu sorriso era algo perfeito, seus dentes eram brancos e certinhos, era diferente de todos os outros. Ele realmente me deixava perturbada, tinha um pouquinho de sarcasmo, diversão e malícia. Eu nunca havia visto um sorriso tão... Completo!

-Você tem namorado, Lia? –perguntou, tossindo.

-Não. Chegamos. –falei, parando na frente do meu prédio.

-Então até amanhã. –e, sorrindo, me deu um beijo estalado no rosto.

N.A.// Ai gente, eu sei que ta com um super espaço, mas esse blog ta uma porcaria, então eu não consigo colocar direitinho.
E esse cap. é bem pequeno mesmo.
Enfim, muito obrigada pelos comentários. De verdade.
Eu fico muito feliz com eles. E fico muito feliz também por você estar lendo.
Beijos!

10 comentários:

Anônimo disse...

aiai tatiane! tá muito bom cara *-* posta logo o capitulo 3, o 4, o 5, o 6.... hsuahsua, beijo gaata ;*

Anônimo disse...

Tá Tati, não preciso nem falar que eu to amando tudo até aqui, sou meia suspeita até de falar, já que eu amo livros assim.. agr, poe o resto do livro né? nao aguento mais esperar meeeeses pra ler tudo :~ isso é maldade poxa! aiuhaihiauh beeeijos! :***

Mariana disse...

To falando q tem q botar o resto logo !
heuihiouheiouheieuhiuoh
eh soh falar q boto um template pra vc ;D
amoooo vc!
:******

Unknown disse...

Tatiiii!
ta MUITO PERFEITO!
posta logo cara! to amando amiga!
beijo linda! :*

Anônimo disse...

anciosa pelo 3° capitulo *o*

Unknown disse...

muito bom! adorei!
quero o proximo, to curioosa! heueui
parabenss!

Anônimo disse...

Gente... Vi sua comunidade no orkut de uma amiga minha, dai vim ler akee... KRAMBA! Muito interessante, heim... Vô esperar pelos próximos capítulos... Nuss Oo. Mto bom

Camila Medeiros disse...

Vc sabe q amo o seu jeito de escrever né.

Mais uma vez, está de paraben senhorita Tatiane :D

beijos, Camila Medeiros

Eusinha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Leandro Roberto Lopes disse...

bem legal! você escreve bem.. solto..

gostei do tema do livro.

vou passar mais vezes. beijo!

lerik